Ano é marcado por indicadores positivos na economia de Santa Catarina |
Desperdício de alimentos. Impressionam os números. Cifra astronômica: 1(hum) trilhão de dólares por ano jogados fora. Quem
afirma? a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. E mais números: “Um bilhão de refeições por dia foram
desperdiçados no mundo em 2022”.
E emenda: “ No mesmo ano 785 milhões de pessoas sofreram fome e um terço da população mundial enfrentou insegurança alimentar”.
A matéria estampada no Jornal Valor Econômico (28/03/2024) ilustra de forma clara: “Desperdício de alimentos tem impacto no clima e meio ambiente”, confirma a PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Um dilema e tanto, percebe-se claramente. Perda de um lado, e comprometimento ambiental de outro. Cenário grave, portanto. Tripla crise à vista: climática, de poluição e perda da biodiversidade.
Destaca também a matéria: “ Em 2022, o mundo produziu 1,05 bilhão de toneladas de resíduos alimentares, incluindo partes não comestíveis como ossos e cascas de frutas. Ou seja, quase um quinto de todos os alimentos disponíveis em residências, lanchonetes, restaurantes, feiras e supermercados”. Outros 13% se perdem nas cadeias produtivas: colheita, classificação, logística, manuseio e armazenagem.
E, pasmem! Não importa classe social; é geral a perda, tanto para os países ricos quanto para as demais economias. No geral estima-se uma perda global média de 94Kg per capita/ano.
Tentativas de amenizar o desperdício, embora tímidas, ocorrem. Caso da Austrália, Japão Reino Unido e Estados Unidos. O horizonte, 2030.
Ressalta a matéria: “Em 2022, apenas 21 Países haviam decidido colocar as perdas de alimentares em seus compromissos climáticos, as NDCs - China, Cabo Verde e Namíbia são alguns”.
Mais números: 62% da massa do lixo doméstico total tem origem alimentar: frutas e verduras, 62%; carnes, 11%; leite e derivados, 11%;
pães e congêneres, 16%.
Sejamos realistas, entretanto: de longa data o tema é ventilado, mas na prática, as ações carecem de efetividade. O impacto ambiental decorrente é assustador, pois envolve custos adicionais de fatores produção. Mais desmatamento, sementes, insumos, combustível, equipamentos, armazéns, transporte de resíduos, aterros sanitários e por aí afora.
E, segundo a FAO, se lavarmos em conta que, para atender demanda crescente por alimentos até 2050, há que se aumentar produção na ordem de 50%, agrava-se o quadro sobremaneira.
Segurança alimentar, eis, o dilema. Em face das mudanças climáticas, certamente, urge superar esse gargalo: o desperdício de alimentos.
Urge, portanto, medidas efetivas, sob pena de iminente colapso no sistema produtivo. A espada de Dâmocles, como contê-la?
Fome associada a questões de ordem ambiental, é tudo o que não precisamos, obviamente.
Cada um fazendo sua parte; tudo começa por aí. Mãos à obra, portanto.
Joinville, 6 de abril de 2024
Onévio Zabot
Engenheiro Agrônomo
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